O silicone é um material inerte utilizado em medicina desde 1946. Trata-se de uma substância química produzida a partir do silício que se encontra na areia. O silício transforma-se em silicone quando combinado com oxigênio, carbono e hidrogênio. Ele pode ser produzido em forma sólida, líquida ou gel.
O uso do silicone nas mamas começou na década de 40 com a injeção de silicone líquido nas mamas nos EUA e Japão. Esta primeira experiência foi desastrosa, pois o silicone líquido provocava várias alterações na mama, como inflamação local, infecção e migração. Por ser prejudicial à saúde o uso de silicone líquido injetável foi condenado pela medicina.
A partir de 1961 surgiram nos Estados Unidos as primeiras próteses de silicone, desta vez na forma de um gel envolto por uma cápsula de elastômero rígida. Nos novos implantes, o risco doenças inflamatórias na mama por difusão do silicone ficou muito reduzido e as próteses foram aprovadas para o uso médico. A partir daí, o uso das próteses de silicone ganhou muita popularidade, se tornando na década de 80 o sonho de consumo de muitas mulheres americanas.
Com o número crescente de cirurgias para o aumento das mamas começaram a surgir boatos de que os implantes de silicone poderiam fazer mal para a saúde. Os principais temores eram relativos ao aumento do risco do câncer de mama e de doenças autoimunes. A polêmica foi tanta que o FDA (departamento que controla medicamentos nos EUA) suspendeu o uso dos implantes de mama preenchidos por silicone gel em 1992 e apenas os implantes preenchidos por soro fisiológico continuaram a ser implantados. Apesar do uso suspenso nos EUA, como não existia comprovação de que as próteses de gel silicone faziam mal para a saúde estas continuaram a ser usadas ao redor do mundo, inclusive no Brasil.
Em 2006, após centenas de estudos científicos e acompanhamento de milhares de mulheres com próteses de mama, os implantes de gel silicone foram considerados seguros e liberados novamente nos EUA. Com sólidas bases científicas, hoje, podemos dizer que os implantes de gel silicone não aumentam o risco de câncer de mama, doenças inflamatórias ou autoimunes. Além disto, as mulheres com implantes são encorajadas a amamentar, pois não existem evidências que o silicone possa causar mal ao lactante.
Nos últimos anos, a segurança das próteses só vem aumentando com a melhoria da matéria-prima e das tecnologias para fabricação do silicone. Os maiores avanços foram a criação de um gel de alta coesividade envolto por múltiplas camadas de elastômero com texturização. Por se tratar de um dispositivo de alta tecnologia é importante escolher bem o fabricante das próteses, assegurando que todo o processo é feito seguindo rigorosos padrões de qualidade.
No Brasil, após a descoberta do uso de silicone industrial nas próteses da marca PIP e Rofil em 2011, houve a criação de uma nova legislação para proteção das pacientes. Além das próteses serem aprovadas pela ANVISA os implantes e seus processos de fabricação devem ser avaliados pelo IMETRO periodicamente. Antes de submeter-se a operação para implante de próteses de silicone, certifique-se qual a marca de implante será utilizada e se a mesma tem todas as aprovações necessárias.